Todos os que passam, param para a apreciar, com mais vagares e demoras do que é habitual. Mesmo os que apressam normalmente o passo, quando os olhos poisam naquele verde alto e imenso, perdem a velocidade e contemplam a árvore, durante alguns momentos, como se, assim, pudessem respirar melhor.
Todas as árvores do parque sentem admiração por aquele porte tão direito, pela folhagem intensa, apesar de, conforme se diz, a idade da Tia Árvore ser já uma idade avançada. Tão avançada que vai para além do tempo dos réis, das rainhas e das princesas, que viu passearem coches e caleches puxados por belos cavalos.
Mas a Tia Árvore preenche-se sobretudo dos que se aproximam, dos que passam perto, dos que procuram uma sombra ou outro qualquer conforto dos muitos que a Mãe Natureza reserva. Mais do que conforto: prazer!
in A Tia Árvore, de Madalena Santos