"à procura, procura do vento. Porque a minha vontade tem o tamanho de uma lei da terra. Porque a minha força determina a passagem do tempo. Eu quero. Eu sou capaz de lançar um grito para dentro de mim, que arranca árvores pelas raízes, que explode veias em todos os corpos, que trespassa o mundo. Eu sou capaz de correr atrás desse grito, à sua velocidade, contra tudo o que se lança para deter-me, contra tudo o que se levanta no meu caminho, contra mim próprio. Eu quero. Eu sou capaz de expulsar o sol da minha pele, de vencê-lo mais uma vez e sempre.

Porque a minha vontade me regenera, faz-me nascer, renascer.
Porque a minha força é imortal."
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domingo, 5 de dezembro de 2010

Escrito nas Estrelas

Num mês dedicado à Luta contra  a Sida e contra a Discriminação, relembro os Queen na figura de Freddie Mercury, para mim um dos melhores cantores/artistas de todos os tempos.
Morreu no início da década de 90, altura em que a SIDA era considerada uma doença exclusiva de homossexuais e toxicodependentes, e em que a ignorância sobre o contágio era muita. Mas, apesar de tudo, teve sempre os seus companheiros de grupo a seu lado.

Hoje, mais de 20 anos passados, algumas mentalidades mudaram. Mas ainda existem muitas mentes moralistas e discriminatórias. Mesquinhas...

Como se, por muito que nos seja difícil perceber o porquê ou o como, pudéssemos julgar alguém como Pessoa pela orientação sexual ou por ser portadora de alguma doença, independentemente da forma como a contraiu.

Falar, como já ouvi, que deviam ser os doentes de SIDA a pagar os antiretrovirais é desumano e cruel. Porque foram eles que a contraíram? Porque não tomaram precauções? Porque são toxicodependentes? Porque são homossexuais? E os que confiaram? E a cada vez maior percentagem de heterossexuais que têm HIV? E as crianças?
Não será já tremendamente injusto estar doente?
Não seremos todos igualmente humanos?
Onde está a Humanidade de alguns?

Que eu saiba, a vida é para ser vivida. As opções existem todos os dias, para toda a gente. Pode-nos ser mais fácil perceber determinadas pessoas do que outras, determinadas atitudes do que outras. Mas ninguém está imune. Basta estar vivo. Basta Amar. Basta Confiar. Basta Arriscar. 
De moralistas está o Inferno cheio, se é que existe.

O primeiro recém-nascido que vi na Neonatologia era filho de mãe HIV+. Mal nasceu, levou um banho de Betadine e teve a sorte de nascer num país ocidental, onde a mãe pôde fazer profilaxia para que a criança não nascesse seropostiva. Só aos 6 meses de vida se poderá dizer que está livre da doença.
Independentemente da forma como a mãe contraiu a doença, não merecem esta mãe e criança passar muitos  e muitos anos juntas?

Para quê complicar coisas tão simples?
As pessoas precisam de abraços, não de julgamentos morais.
E todos precisamos de Amor. Isso está escrito nas estrelas.
Um beijo, sejam Felizes.




I'm taking my ride with destiny
Willing to play my part
Living with painful memories
Loving with all my heart

Made in heaven, made in heaven
It was all ment to be, yeah
Made in heaven, made in heaven
That's what they say
Can't you see
Oh I know, I know, I know that it's true
Yes it's really ment to be
Deep in my heart

I'm having to learn to pay the price
They're turning me upside down
Waiting for possibilities
Don't see too many around

Made in heaven, made in heaven
It's for all to see
Made in heaven, made in heaven
That's what everybody says
Everybody says to me
It was really ment to be
Yeah, yeah

When stormy weather comes around
It was made in heaven
When sunny skies break through behin the clouds
I wish it could last forever, yeah
Wish it could last forever, forever

I'm playing my role in history
Looking to find my goal
Taking in all this misery
But giving in all my soul

Made in heaven, made in heaven
It was all ment to be, yeah
Made in heaven, made in heaven
That's what everybody says
Wait and see, it was really ment to be
So plain to see
Yeah, everybody, everybody, everybody tells me so
Yes it was plain to see, yes it was ment to be
Written in the stars...
Written in the stars...

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Sondagem! O que fazer ao meu blogue?

Olá a todos!

Falo-vos de São Pedro de Moel, terra onde o escritor Afonso Lopes Vieira escrevia da sua varanda, a olhar o mar.

O dia hoje está chuvoso, algo triste, mas sempre bonito... Com mar, e com o barulho da rebentação das ondas que oiço enquanto eu própria teclo, era impossível não haver beleza... É uma beleza muito lusitana, misturada com a alma das gentes, dos trabalhadores do vidro, dos seus filhos, dos turistas ocasionais e com a alma dos seres marinhos e das sereias, das lendas e das histórias que ficam por contar ...

Amanhã faz exatamente um mês que deixei a Hungria... Este mês por terras lusas, apesar das férias, não foi propriamente fácil. Ando num humor oscilante, ainda em adaptação a esta nova realidade que era a antiga.
Sinto-me uma verdadeira carangueja, com variações de humor que me irritam, ao longo das semanas, quase que de novo adolescente.... Sinto saudades...

Não me tem apetecido escrever neste meu espaço porque parece que estou a pôr coisas banais num espaço que tem vivências muito especiais... (Sei que é uma estupidez mas, na realidade, é o que tenho sentido)
E hoje, pela primeira vez desde que regressei, decidi escrever-vos...

E preciso da vossa ajuda para decidir o destino a dar a este blogue. Estas são as opções:

1- Mudar apenas o nome e mantê-lo como blogue principal.
2- Deixá-lo em suspenso e criar outro blogue para contar as peripécias lusas.

Deixo-vos um beijinho, qualquer que seja a opção que tomar, uma coisa é certa, continuarei pelo mundo dos blogues, a dar notícias e sorrisos, e a visitar os vossos espaços, sempre que puder...

Espero pelas vossas sugestões!
Puszi (beijinho, em húngaro) ;);)
Até breve!

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Tolices de quem não tem muito miolo

Com que então caiu na asneira
De fazer na quinta-feira
Vinte e seis anos! Que tolo!
Ainda se os desfizesse…
Mas fazê-los não parece
De quem tem muito miolo!

Não sei quem foi que me disse
Que fez  a mesma tolice
Aqui o ano passado…
Agora o que vem, aposto,
Como lhe tomou o gosto,
Que faz o mesmo? Coitado!

Não faça tal; porque os anos
Que nos trazem? Desenganos
Que fazem a gente velho:
Faça outra coisa; que em suma
Não fazer coisa nenhuma,
Também lhe não aconselho.

Mas anos, não caia nessa!
Olhe que a gente começa
Às vezes por brincadeira,
Mas depois se se habitua,
Já não tem vontade sua,
E fá-los, queira ou não queira!

(João de Deus)

 

sábado, 8 de maio de 2010

A lição de vida dos mortos...


O meu fim-de-semana vai ser passado a estudar Forense (com um interregno para ver o jogo do Benfica), tenho exame na Quarta.
É engraçado como sempre gostei de ver séries policiais, mesmo em miúda, mas depois ficava cheia de medo. Ainda hoje gosto de um bom filme carregado de suspense, mas tem de ser bem feito.

Agora é mais sério, quando realmente vemos os mortos à nossa frente. Aprende-se a lidar com isso, confesso que pensei que me fizesse mais impressão. Cada um deles teve a sua história e isso faz pensar, e exige respeito por aquele corpo que já foi pessoa.
Vi muitos cadáveres este ano, muitos mais do que veria, possivelmente, em Portugal (parece que não se morre por lá). E até pode parecer mórbido, mas o interesse que existe nestes médicos é o de saber a causa da morte, a fim de dar alguma Paz a quem fica, e para que seja feita justiça.
O objectivo é nobre.
Entre os que vi, existem muitos suicídios: A Hungria é dos países da UE com maior taxa de suicídio - penso que deve ser uma conjunção de factores sociais com a forma de ser dos húngaros - no geral, são muito carrancudos e depressivos.

"O suicídio é um trágico problema de saúde pública em todo o mundo. Ocorrem mais mortes por suicídio que por homicídios e guerras juntos. É preciso adotar com urgência em todo o mundo medidas coordenadas e mais enérgicas para evitar esse número desnecessário de vítimas", afirma Catherine Le Galès-Camus, subdiretora geral da OMS para Enfermidades Não-Transmissíveis e Saúde Mental.

Lembro-me também de um jovem nascido em 1988 (portanto, mais novo do que eu) que, ironicamente, morreu atropelado por um carro, estava a andar de bicicleta à noite, sem colete refletor. Não há palavras para tamanho absurdo.

Os húngaros têm uma boa medicina forense porque se habituaram, infelizmente, a ser chamados para avaliar os crimes ligados às máfias de leste (que ainda existem) e, também, porque contribuíram para a investigação de determinados crimes violentos, como os da ex-Jugoslávia.

Falar de morte, no mundo ocidental, ainda é considerado tabú. Desde pequeninos que aprendemos, devido à nossa cultura, a ter medo dos mortos, como se eles se fossem levantar e fazer-nos mal.
A verdade é que os mortos não fazem mal a ninguém. Não há nada mais sem vida do que um morto.
Os vivos, sim, são os maiores responsáveis pelas dores uns dos outros...
E aí é que está a questão...
Ao olhar para mortos que não são os "nossos" mortos, sente-se a vulnerabilidade da nossa vida. E ao conhecer a história da morte de cada um, sente-se a imprevisibildade do estado que é viver... Às vezes, erradamente, achamos que temos tudo sobre controlo, quando tudo é completamente sem controlo...
Assim, a lição que os mortos nos dão é uma lição de vida...
É como se segredassem, tal como no fabuloso filme O Clube dos Poetas Mortos, aproveitem o dia!
Tornem o vosso dia extraordinário!
Sejam Felizes e façam os outros Felizes!

Algo que podia ser tão simples, não é?
Um beijinho enorme para todos...

sábado, 17 de outubro de 2009

O episódio do aperto de mão...

Olá a todos!!

Aqui vai o episódio:

Estava eu na lavandaria aqui do hostel (sim, eu vivo num hostel, depois explico melhor com fotos).

Mas então...estava eu à espera que a minha roupa secasse (aquilo que os americanos fazem nos filmes, sabem? Lol) sentada no chão, a ler um livro e a ouvir o barulho da máquina de secar roupa, quando entra um rapaz com o intuito de lavar a roupa dele...

Depois de colocar a sua roupa na máquina de lavar, perguntou-me de onde vinha e disse que também era Erasmus...da Turquia (Istambul)!

Bem, os Erasmus gostam sempre dos Erasmus e eu, na minha simpatia habitual, achei que seria um pouco incorrecto da minha parte continuar sentada, levanto-me, estendo-lhe a mão (já me deixei dos beijinhos porque culturalmente a maior parte dos países cumprimenta com aperto de mão) e digo: "Nice to meet you, I´m Janine".

Ele corou...Levou a mão direita à zona precordial (coração) e... (suspense)... disse: "I'm sorry but we don't shake hands..." Disse para aí mais umas duas vezes a palavra "sorry" e ficou um pouco atrapalhado....

E eu disse que não havia problema nenhum e continuei a falar com ele...mas depois fui para casa e fui pesquisar... E espantei-me com a minha ignorância, sei lá, com a minha falta de atenção, e com o facto de um ser do sexo masculino não querer sentir o meu aperto de mão... ;) É só um aperto de mão, sim??? Um aperto de mão... :)

É claro que quando me disse que não podia dar o aperto de mão, automaticamente pensei... regras islâmicas...

Porque ele, de resto, é super acessível, emprestou-me a tábua e o ferro de passar roupa, de forma extremamente prestável...

Então nas minhas pesquisas...

Encontrei um artigo sobre uma polémica que ocorreu na Suécia no final do ano passado.

Parece que devido à enorme onda de imigração islâmica que ocorreu na Suécia após a Guerra do Iraque (a Suécia recebeu mais imigrantes iraquianos do que o total de refugiados recebidos pelos Estados Unidos e pela Europa como um todo - só em 2007, mais de 19 mil iraquianos entraram no país!!!), a televisão estatal sueca resolveu ter um novo programa apresentado por 3 jovens muçulmanas cobertas com o tradicional véu islâmico. Tal programa suscitou um intenso debate sobre o choque entre as normas culturais diversas e sobre a integração da população muçulmana na Suécia.                 



Fica aqui um excerto da notícia:

O audacioso Halal-TV leva para o ar em horário nobre as opiniões de três jovens muçulmanas nascidas na Suécia mas de fé profundamente islâmica, vindas de famílias que emigraram de países do Médio Oriente e do Norte da África. O objectivo do programa é mostrar como as três muçulmanas vêem a Suécia e os seus valores, a fim de proporcionar uma maior compreensão dos suecos sobre uma parcela da crescente população muçulmana do país. Os programas abordam temas como sexo, álcool, igualdade e padrões de beleza, com um elemento ocasional de humor.

As apresentadoras são Dalia Azzam Kassem, uma estudante de Medicina de 22 anos de idade, a higienista dentária Khadiga El Khabiry, de 25 anos, e Cherin Awad, de 23.

Durante os programas, elas recebem convidados suecos para debater os temas abordados e entrevistam pessoas nas ruas.


Aperto de mão

No primeiro episódio da Halal-TV, mais uma controvérsia foi levantada: as apresentadoras  recusaram-se a cumprimentar um convidado do programa, o colunista Carl Hamilton, com um aperto de mão.

A lei islâmica proíbe qualquer contacto físico entre homens e mulheres que não sejam casados.

Duas das apresentadoras optaram por cumprimentar Hamilton com o gesto de levar as mãos junto ao peito, deixando a mão estendida do jornalista pairando no ar.

O resultado foi uma ríspida troca de palavras: "Desculpe, mas você deve-me dar um aperto de mão", disse o jornalista. "Isso sou eu quem decide", retrucou Khadiga.


"Na Suécia as pessoas cumprimentam-se com um aperto de mão. Se essa pessoa não for capaz de fazer isso, que se mude para uma caverna e se torne um eremita", respondeu Hamilton, acrescentando: "O problema não somos nós (os suecos). O problema é que vocês vêm para a Suécia e não nos querem cumprimentar com um aperto de mãos. O problema são vocês".

"Eu não vim para a Suécia. Eu nasci aqui", lembrou Khadiga.

O debate expandiu-se nos media suecos, com vários suecos manifestando a sua divergência em relação à postura do jornalista.

Na sua coluna no jornal Aftonbladet, Hamilton indagou se "querer cumprimentar muçulmanos com um aperto de mãos é racismo": "Quem se deve adaptar a quem?", indaga o jornalista.

"Para as apresentadoras do programa Halal-TV, a resposta é óbvia. A maioria sueca que aperta as mãos deve adaptar-se à minoria muçulmana que não faz isso". 


Uma das maiores críticas do programa é Dilsa Demirbag-Sten, uma curda turca ateia que chegou à Suécia com seis anos e que argumenta que as apresentadoras muçulmanas vestindo trajes tradicionais transmitem uma visão unilateral e  ortodoxa do Islão, que mina os homens e mulheres muçulmanos mais liberais e retarda o processo de integração. "A ‘Halal-TV’ exibe um estereótipo das mulheres muçulmanas", segundo ela.
Ela acredita que, por ser uma emissora pública, a SVT tem a responsabilidade de exibir uma imagem do Islão que seja tão diversa quanto a própria religião. "Porque todas elas são mulheres? Porque todas vestem véu? Porque não um homem e duas mulheres? Porque não mulheres que não usam véu ao lado de mulheres que usam?" pergunta ela.




Muito interessante tudo isto...

No meu país, qualquer homem em situação informal (e muitas vezes formal) deve cumprimentar uma mulher com dois beijinhos, um aperto de mão pode ser incómodo...

Aqui, os polacos, os húngaros, os japoneses, os eslovenos, cumprimentam-se com um aperto de mão...

Nalguns países islâmicos uma mulher que cumprimente um homem que não seja da família com um aperto de mão, pode estar sujeita a apedrejamento...

Acima de tudo, desde que a integridade física e psíquica das pessoas não esteja em causa (o que não é o caso muitas vezes), temos de respeitar a forma de pensar de cada um e a sua cultura, mesmo que nos seja difícil entender... Ganhamos mais com a diversidade quando a respeitamos....

 Beijinhos....

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Terra Magyar...

A chegada a terra Magyar foi pacífica após 3h30min de avião...

A primeira impressão dos Húngaros não foi a melhor... e, para dizer a verdade, nem a segunda, nem a terceira... :) Mas a realidade é que aprendi a perceber que são um povo fechado à partida, que, à medida que vai conhecendo, se vai libertando e abrindo sorrisos....

Hello! Sorry, do you speak english?, pergunto eu pela milésima vez nestes dias iniciais.... Surge um abanar de cabeça e.... o meu desepero....
Truque! Mesmo que digam que não, falar em inglês com eles à mesma.... Uf!!! Canseira.....

São 1 povo madrugador, coisa que tenho aprendido às minhas custas.... Ai! E eu que gosto tanto de dormir!!!!...... E, claro está, já dizia o ditado, povo madrugador deita cedo(r)....
Às 20.30 fecham as barraquinhas de comida aqui no campus, imaginem!
E pensava eu se estivesse a ler este blog em Portugal: "Coitada! Quis comer e não pode!". Nada disso! Quem está em terra Magyar acaba por ter os hábitos dos magiares! Estava a comer às 19.30 e já me pareciam 21! E claro, assisti ao fecho da barraquinha porque fiquei a pastar no banco da esplanada a observar tudo....

E os supermercados do campus? Abrem às 7.00, outros às 6.30, outros às 8.oo, o mais tardar!!!
Hoje fui comprar umas ameixas que, para grande espanto meu (a ignorância provoca estas coisas...) eram a fruta mais barata que tinham. Fiquei toda contente, claro! A senhora do supermercado perguntou se queria que as lavasse... Nunca tal me tinha acontecido!
Disse que sim, claro!! (Atenção! Isto foi tudo com gestos!!!) E lá fui eu para casa toda contente a comer ameixas....

As laranjas são caríssimas... Lol

Beijinhos.....