"à procura, procura do vento. Porque a minha vontade tem o tamanho de uma lei da terra. Porque a minha força determina a passagem do tempo. Eu quero. Eu sou capaz de lançar um grito para dentro de mim, que arranca árvores pelas raízes, que explode veias em todos os corpos, que trespassa o mundo. Eu sou capaz de correr atrás desse grito, à sua velocidade, contra tudo o que se lança para deter-me, contra tudo o que se levanta no meu caminho, contra mim próprio. Eu quero. Eu sou capaz de expulsar o sol da minha pele, de vencê-lo mais uma vez e sempre.

Porque a minha vontade me regenera, faz-me nascer, renascer.
Porque a minha força é imortal."

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Coração.

Eu tenho um coração. Tenho um coração que às vezes dói sozinho e eu deixo-o estar quieto e sozinho, filho único. Tenho um coração que às vezes, congelado pelas circunstâncias que estão para além do aparelho cardiovascular, fica enturpecido, alheio a tudo e a nada. O tudo e o nada, para ele, são a mesma coisa. E eu escandalizo-me pela frieza, fico triste com o desprezo, tento agitá-lo e ele foge.
Tenho um coração que bate, rítmico, como muitos daqueles que ausculto. Tenho um coração que bombeia sangue e que até já tem gordura a acumular-se.
Tenho um coração que, quando penso que vai ficar indiferente, se emociona, mas não me conta... Nem fala baixinho... Finge que não...e tudo passa. E fica um segredo só dele...muito dele.
E só quando lhe apetece, quando o sol nasce de determinado ângulo, só aí, só nesses momentos, ele salta do meu peito, arranca-se completamente, e diz o que sente.

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