Está um dia de calor, ela espera-o em frente a uma igreja amarela, numa qualquer parte do Mundo... A espera é igual a tantas outras esperas, vazia, sem vida, sem momentos.
Enquanto olha para as pedras da calçada e se mexe de um lado para o outro, com impaciência, recorda-se.
E são tantas as memórias, daquelas que estão bem guardadas, tão secretamente, daquelas que, com medo de que percam a beleza e a magia, não se contam a ninguém, mesmo a ninguém. Ficam guardadas no canto escuro da alma, entorpecidas. E foi a essa parte da alma que ela foi buscar sentimentos tão deliciosos, como aquele Verão quente, mas simultaneamente húmido.
Lembra-se de gelados deliciosos, de sorrisos espontâneos, de algumas lágrimas escondidas numa alegria semi-mentirosa, de calor e de chuva, das palavras usadas na altura certa, que ficarão para sempre. Esboça um pequeno sorriso e continua a espera. Lembra-se dos dias de emoção contida, dos dias de emoção desmedida, dos dias sem emoção alguma mas que, mesmo assim, valeram tanto a pena. Agora sente o coração apressar-se, pede-lhe que páre um pouco, mas ele continua alegremente desobediente. Inspira fundo, olha para o braço, mais uma picada de mosquito coleccionada. Porque se esqueceu do repelente? Esquece o repelente, volta às profundezas do pensamento. E a espera continua, mas cada vez mais viva.
Recorda pessoas, sobretudo pessoas. Os seus olhos, que dizem tanto e às vezes dizem tão pouco. Mas gosta de recordar isso. São pessoas como ela. Imperfeitas. Como ela. Mas com tanto para contar. Lembra-se da lucidez de alguns durante a infelicidade, do total desprezo de outros para com a felicidade que está ali e é tão real, das tristezas agridoces, com sabor a ternura e alegria, do conforto, da segurança, dos Abraços. Lembra-se de... Um pingo de chuva cai precisamente em cima da pele vermelha, marcada pelo mosquito. Olha para o céu, escuro, cinzento, cheio. Vem trovoada. Vem tempestade. Vem chuva.
Lá ao fundo, a figura dele. Começa a chover intensamente. A chuva apagou os pensamentos. Mas renova o dia. Começa o agora. E ele está perto, o coração volta a desobedecer alegremente. Olha para a pele suada da ansiedade da espera. Sente-se Feliz, por um momento, e deseja que a chuva não passe.
Tão bonito, Janine!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! Superior!!!! Beijinhos com muita admiração!
ResponderEliminarLindooooo
ResponderEliminarBeijinhos Janine
Muito lindo querida Janine!!!
ResponderEliminarbeijinhos carinhosos..
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Muito obrigada queridas Madalena, Natália e Maguie! Sempre com palavras bonitas. Beijinhos muito doces.
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